WWDC

Mariana Beilune Abad
2 min readApr 1, 2019

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Não tem como começar essa reflexão sem trilha sonora. A dessa vez é essa aqui:

A escolha dessa música pra ouvir durante a leitura dessa reflexão é proposital. Logo no começo da música, o clima é de bastante dúvida, coragem e luta, igual foi a quinta feira do Keynote pra mim. Primeiro, o desespero da notícia. Em seguida eu tinha 30 ideias, todas possíveis de fazer. Mas tinha que colocar as coisas do trabalho em dia. Então não trabalhei no projeto. Pensei comigo "preciso amadurecer essas ideias". Pra amadurecer as ideias, conversei com muitas pessoas. Mentores, conhecidos, familiares, todo mundo.

A sexta feira chegou e com ela outra preocupação: os últimos preparativos da viagem e o trabalho não me permitiriam trabalhar no projeto novamente. De manhã, num debate de "como estamos nos sentindo" cheguei à conclusão

Tem que ser algo possível de fazer em 9 horas com o mínimo de conexão com a internet.

Comecei a esboçar algumas coisas, sem muito preparo e sem um objetivo específico. Fui trabalhar, resolver as pendências da viagem (fechar as malas). Sábado chegou. Viagem, aeroporto, medo, ansiedade, desespero. Será que eu consigo?

Será que eu consigo?

Essa pergunta guiou tudo o que eu fiz nessa semana. Mas agora, ao fim dela, percebo que não faz sentido algum.

Eu consigo.

Por ter essa visão até um pouco egoísta, durante boa parte da semana e do trabalho, decidi não pedir ajuda. Quando fui pedir, era tarde demais. A pergunta estava errada. O que eu deveria me perguntar:

Em que partes vou precisar de ajuda?

Refleti que, se tivesse feito essa pergunta mais cedo, não teria passado por muito stress com código ou com a própria ideia ou com a minha falta de autoestima. Ou melhor ainda, se tivesse assumido que precisaria de ajuda mais cedo, o projeto teria ficado melhor. Se eu tivesse ressignificado todo o trabalho, entendendo que eu não conseguiria fazer sem ajuda, que eu não precisaria fazer todo o trabalho sem ajuda.

No fim, na hora de submeter o projeto, acredito que, por causa do cansaço (apesar de não querer justificar uma coisa com a outra), passei pouquíssimo tempo escrevendo os textos de submissão. Estava cansada, com saudade de casa, chorando (literalmente) de nervoso e uma série de outras emoções que levaria todo um outro texto pra descrever.

Quando observei com calma a experiência, conclui que gostei do projeto. Consegui sentir orgulho do que havia produzido. E esse foi o maior aprendizado de todos.

Obrigada WWDC, por ser a experiência mais maluca de aprendizagem que eu tive na vida.

E já aproveito pra pedir aquelas desculpas pra todo mundo que eu enchi o saco pedindo pra resolver meus "3 probleminhas".

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Mariana Beilune Abad
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Written by Mariana Beilune Abad

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