Acabou, ADA.
Há 6 anos atrás, no dia 12 de dezembro de 2014, toquei junto com uns amigos na formatura, as músicas que tínhamos feito para os jogos e aplicativos da primeira turma do Apple Developer Academy (na época chamado de BEPiD).
Muitas coisas aconteceram desde esse momento. Foram muitas (muitas mesmo) trilhas sonoras, narrações, conversas, cafés. Foram muitos jogos, aplicativos e mídias que sonorizei. Muitas experiências musicais que eu vivi.
Em algum momento entre outubro e dezembro de 2014 eu decidi que ia aprender a programar. Na época eu não tinha muita certeza de que. E muitas pessoas me ajudaram lá nesse começo, queria dedicar um tempinho a elas:
Em 2014/2015 eu conheci essas 5 pessoas maravilhosas:
Fabio Binder: Bem no começo eu confesso que tinha medo dele. Era engraçado porque ao mesmo tempo que eu tinha medo, eu sentia segurança em cada palavra que ele dizia. O Binder foi responsável pela minha primeira lista de exercícios em Swift.
Jorge Falcon: Ele era o coordenador de música na época, e o curso tinha uns MacBooks que ninguém usava. Ele emprestou um pra mim e disse: só me devolva quando estiver satisfeita com o que aprendeu. Foi nesse MacBook emprestado que eu fiz minhas primeiras linhas de código puro.
Claudio Carvilhe: Esse cara, depositou uma confiança no meu trabalho sem nem me conhecer direito. E além dessa confiança toda, me deu de presente a honra de ser ouvinte em uma turma de prog1 de Engenharia. O que me rendeu muitos exercícios de programação.
Vinícius Godoy de Mendonça: Se tem um cara que me ouviu choramingar todos esses anos pelas provas fracassadas e que nunca me permitiu desistir foi o Vini. Ele me deu uma força que acho que nem ele tem ideia. Tomávamos café todos os dias e discutíamos projetos, novas tecnologias e eu aprendia muito, todos os dias durante anos.
Maicris Fernandes: Em um dos processos seletivos que eu tentei, se eu não me engano o de 2016, o Maicris que aplicou a prova. No dia eu acabei ficando muito nervosa e passei mal de ansiedade. Lembro dele passar do meu lado, perguntar se estava tudo bem e se eu não queria ir pra casa e tentar no ano seguinte. Pode parecer horrível pra quem escuta. Mas naquele momento ele me lembrou que teria um próximo ano, e eu poderia fazer a prova normalmente. Eu arrumei minhas coisas e sai da sala, sabendo que tentaria de novo.
De certa forma, e cada um do seu jeito, não me permitiram desistir. E agora eu finalmente posso comemorar.
Eu não só passei no processo seletivo.
Eu vivi a Academy, todos os dias desde o resultado. Eu me vi reconsiderar escolhas da minha vida quando notei que não estava dando atenção suficiente pro meu sonho.
A Academy definitivamente não me preparou pra ser programadora iOS. E pra explicar porque quero trazer uma citação da minha primeira reflexão depois do resultado:
Como diz minha musa, deusa de todos os Devigners Ana Carolina Barreto no seu maravilindo post Planeja Comigo: Carreira — Do Caos surge a Ordem:
O que tem me incomodado no momento é que eu QUERO ser especialista em alguma coisa. Eu QUERO ser muito f*da em um tema, referência pras pessoas ao meu redor. Eu só não sei no QUÊ.
Ao fim desses 2 anos, eu entendo agora que na época dessa reflexão eu já era especialista em algo. Eu sou especialista em didática, gosto de estudar formas diferentes de dar aula, sou boa nisso e hoje até ganho dinheiro com isso.
E você pode se perguntar: "tá, mas você conseguiu isso por causa da Academy?". Sim. Porque lá eu aprendi a contar histórias e a me relacionar com quem está vendo a minha criação. Minhas aulas mudaram muito desde que eu comecei a estudar programação, doido né?
Outra coisa que jamais teria acontecido se eu não tivesse passado pela Academy, foi eu ter decidido morar com o meu noivo. Bizarro, né? Mas a Academy me deu confiança de que sim, eu era capaz.
E acho que das decisões mais importantes que a Academy me ajudou a tomar, foi de finalmente seguir o desejo de ser mãe.
Tá, mas o que isso tem a ver?
A Academy me fez observar mais as pessoas, ter mais empatia por problemas alheios, me ensinou a priorizar demandas, criar projetos e ser menos preconceituosa. Isso me fez reconsiderar a ideia de ser mãe só em 5 anos.
E o que eu quero dizer com isso?
A Academy não me formou uma desenvolvedora de sucesso, e nem uma designer de sucesso. Mas ela me deu a oportunidade de escolher o que eu queria ser, e fazer seja lá o que fosse, ser um sucesso.
Por isso hoje, 6 anos depois daquele dia em que eu entrei no prédio a primeira vez, eu finalmente posso dizer que conclui esse desafio que foi a Academy.
Mas que essa história não acabou ainda.